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Ubud, o centro cultural, artístico e espiritual da Ilha de Bali

  • Foto do escritor: blogviajantee
    blogviajantee
  • 5 de out.
  • 9 min de leitura

Atualizado: 8 de out.

Um roteiro de dois dias a partir de Ubud, passando por templos hindus, tirando fotos em lindos arrozais, e imergindo na cultura e nas tradições balinesas.

Ubud é um dos mais importantes distritos de Bali. Sua localização na região mais central, em meio a montanhas e campos de arroz, fazem desse um dos locais mais verdes da ilha. É composto por 14 pequenas vilas, com templos e práticas culturais diferentes entre si. Ubud é habitado por cerca de 80 mill pessoas e, apesar de extremamente visitado pelos turistas que vem à Indonésia, ainda preserva muito da autêntica cultura balinesa. Além disso, ao caminhar pelas ruas de Ubud, é muito fácil encontrar pequenas galerias de arte, pequenos hotéis e pousadas, que fornecem aos visitantes um ambiente aconchegante e tradicional para passar a noite, muitas oferendas aos deuses hindus espalhadas por todo lado, e sem falar na enorme quantidade de Warungs, os famosos pequenos restaurantes de administração familiar, que servem da deliciosa e saudável culinária da ilha. Ubud é também considerado um oásis de bem estar, centro de referência mundial quando se fala em yoga, meditação, tratamentos alternativos e spas. O próprio nome “Ubud” deriva da palavra balinesa “ubad”, que significa “medicina” e remete a sua história, como um local onde muitas plantas medicinais eram encontradas.

Chegamos em Ubud já durante a noite, portanto deixamos para iniciar nosso roteiro no local para o dia seguinte, indo direto ao nosso alojamento, o Wenara Bali Bungalows, muito bonito, limpo e com um custo-benefício excelente.

Wenara Bali Bungalows
Wenara Bali Bungalows

No dia seguinte, ansiosos para começar a explorar Ubud, acordamos cedo e logo após nosso café da manhã, deixamos o hotel e caminhamos por pouco mais de um quilômetro até nossa primeira atração em Bali, o Palácio de Ubud (Puri Saren Agung). Chegamos ao local, que tem entrada gratuita, bem no horário de abertura, às 7 horas. O Palácio de Ubud é um complexo de edifícios e jardins exuberantes. Os primeiros edifícios do local onde hoje se encontra o complexo datam da década de 1640, porém o palácio foi de fato construído no início do século XIX, durante o reinado de Tjokorda Putu Kandel, para servir de residência da família real de Ubud. Infelizmente no ano de 1917, um forte terremoto destruiu significativamente o complexo, que foi reconstruído apenas em 1928, principalmente devido ao aumento do turismo local, que começava a se desenvolver nessa época, e trazia para Ubud artistas de toda Indonésia, alguns do quais contribuíram para a restauração. Atualmente, além de uma das principais atrações turísticas de Ubud, o Palácio ainda serve de residência da família real de Ubud. Logo em sua entrada um belo portão, que já nos deu uma amostra da bela e rica em detalhes arquitetura balinesa. Nossa visita ao Palácio de Ubud durou cerca de trinta minutos e foi com certeza uma bela introdução ao que seriam nossos dias em Bali e na Indonésia.

Palácio de Ubud
Palácio de Ubud

Do palácio, caminhamos poucos metros até nosso segundo destino em Ubud, o Palácio da Água (Pura Taman Kemuda Saraswati). Chegamos ao local por volta das 8 horas, seu horário de abertura, e entramos no local logo após pagar a taxa de entrada, no valor de 60.000 rupias indonésias por pessoa, e colocar vestimentas balinesas. Esse é um espaço hindu sagrado, dedicado à deusa do conhecimento, da literatura e das artes, Sarasvati. Foi nesse templo que entendemos mais sobre a importância da água na religião hindu balinesa, que serve para realização de rituais purificadores e de cura. O templo foi construído entre 1951 e 1952 pelo famoso escultor balinês I Gusti Nyoman Lempad, a mando de Cokorda Gede Agung Sukawati, príncipe de Ubud. Logo na parte externa do templo, um belo lago chama a atenção, por estar cheio de flores de lótus, um dos mais sagrados símbolos do hinduísmo. O templo é muito belo e possui inúmeros símbolos do hinduísmo balinês.


Palácio da Água
Palácio da Água

Concluindo a visita ao templo, era hora de começar nossa primeira saga dos souvenirs, e nenhum lugar em Ubud é melhor para isso do que o Mercado de Arte de Ubud (Pasar Seni Ubud). É nesse espaço que centenas de artesãos locais tem suas lojas e comercializam belos artesanatos. Como já mencionei no início desse post, Ubud é o centro artístico da ilha de Bali, e sem sombra de dúvidas, o Mercado de Arte de Ubud contribui e muito para esse título. Obviamente que não poderia deixar passar a oportunidade para negociar muito os preços dos souvenirs, conseguindo descontos de mais de 50%. Em Bali não é ofensa nenhuma negociar o preço nos mercados locais.

Souvenirs comprados, caminhamos por cerca de 1,7 quilômetros até aquele que é provavelmente a mais popular das atrações de Ubud, o Santuário da Floresta Sagrada dos Macacos (Mandala Suci Wenara Wana), cuja entrada nos custou 120 mil rupias por pessoa. É esse o famoso local habitado por mais de 1200 Macacos de Cauda Longa Balineses, que estão livres no santuário, e fazem a alegria dos turistas.


Floresta Sagrada dos Macacos
Floresta Sagrada dos Macacos

Em alguns locais do santuário é possível até tirar uma instagramável foto com um dos macacos, a um custo adicional de 50 mil rupias por pessoa. Porém os macaquinhos são bastante traiçoeiros, e não é incomum vê-los roubando comidas e coisas das mochilas e bolsos dos turistas desatentos. Mas não apenas macacos podem ser encontrados no santuário, mas também muitas espécies de árvores e até alguns templos hinduístas, com destaque para o Pura Dalem Agung Padangtegal.


Selfie na Floresta Sagrada dos Macacos
Selfie na Floresta Sagrada dos Macacos

Nossa visita a floresta dos macacos durou cerca de uma hora e meia, e como o horário do almoço se aproximava, optamos por fazer uma parada no White Orchid, um restaurante com um preço bastante camarada e que serve uma deliciosa comida balinesa. Escolhemos os dois pratos mais famosos da Indonésia, o Arroz Frito (Nasi Goreng) e os Noodles Fritos (Mie Goreng), que custaram apenas 40 mil rupias cada (mais taxas). Para acompanhá-los, nada melhor do que a cerveja mais popular do país, a Bintang.


Nasi Goreng e Mie Goreng
Nasi Goreng e Mie Goreng

De barriga cheia, decidimos caminhar um pouco sem rumo por Ubud, comtemplar os templos menos famosos, entrar em algumas lojas locais e é claro, fazer uma massagem tradicional balinesa, que além de relaxante, em Bali tem um preço muito bom, pagamos apenas 120 mil rupias por pessoa para uma hora de massagem.

Por fim, para nossa última atividade do dia, retornamos ao Palácio de Ubud. É lá que todas as noites (às 19:30) ocorre um espetáculo de danças balinesas. Para assistir esse espetáculo é necessário adquirir ingresso no valor de 100 mil rupias indonésias por pessoa, mas este já havíamos comprado quando estivemos no local durante a manhã. O espetáculo durou pouco mais de uma hora e tivemos a oportunidade de assistir um espetáculo de Dança Legong. Essa é uma das danças mais icônicas e refinadas de Bali, e antigamente, era exclusiva da realeza. É caracterizada por movimentos graciosos e intrincados dos dedos, olhos e corpo dos dançarinos, acompanhados por uma orquestra de gamelão. As histórias retratam contos mitológicos ou narrativas de princesas e reis.


Espetáculo de Dança Legong no Palácio de Ubud
Espetáculo de Dança Legong no Palácio de Ubud

Para o dia seguinte, fechamos um tour privado para o dia todo, no valor de 800 mil rupias indonésias, para percorrer algumas atividades nos arredores de Ubud. Acordamos cedo, e por volta das 6 horas nosso motorista já nos buscava na porta de entrada de nosso hotel, para nos dirigirmos ao primeiro destino do dia, o Templo Lempuyang (Pura Penataran Agung Lempuyang). De Ubud até o templo, levamos cerca de duas horas para percorrer os 72 quilômetros de distância que separam esses locais.


Transporte do Tour
Transporte do Tour

O Templo Lempuyang, localizado no vilarejo de Tisto, é o primeiro e mais baixo dos sete templos que formam o complexo localizado nas encostas do Monte Lempuyang. É considerado um dos mais antigos templos de Bali, tendo sido construído durante o século XI.


Templo Lempuyang
Templo Lempuyang

O templo de religião hindu balinesa, é um dos mais venerados templos da ilha, e não só pelos balineses e hindus, mas também pelos turistas, por ser nesse local que é possível tirar a icônica e instagramável foto no Portão do Céu, com o Monte Agung, ao fundo (quando o dia está limpo, que no foi nosso caso). Foto que, devido a um truque fotográfico utilizando um espelho, faz parecer que o belo portão esteja ao fundo de um enorme lago. Chegamos ao templo ainda no início da manhã e tivemos que comprar o ingresso no valor de 70 mil rupias indonésias por pessoa. Após colocarmos um Sarong, tradicional saia balinesa, cujo aluguel está incluso no valor do ingresso, chegamos até um local para esperar um ônibus, que nos levaria até a área do templo. Por esse tranfer, incluindo ida e volta da área de estacionamento até a área do templo, tivemos que desembolsar mais 50 mil rupias indonésias por pessoa. Chegando ao templo, recebemos uma senha, com a nossa posição na fila para tirar a famosa foto. A espera até finalmente conseguirmos a foto foi de cerca de duas horas, que após vermos como as fotos ficaram, devo dizer, valeram cada segundo. Vale dizer que para além da foto e de algumas belas estátuas e construções no templo, não há muito mais o que ver por lá, então retornamos ao estacionamento e seguimos viagem com nosso motorista.


Portão do Céu
Portão do Céu

O próximo destino de nosso tour era um dos mais esperados para nós, considerando que amamos café. E depois de 6 quilômetros de estrada que fizemos em cerca de 15 minutos, chegamos ao Tunas Bali Luwak Coffee. É nesse local que se planta e se prepara o famoso Café Luwak, considerado um dos cafés mais caros do mundo, devido a sua produção um tanto quanto “especial” (se é que podemos chamar assim). O Luwak (ou civeta) é um animal selvagem de hábitos noturnos que se alimenta dos grãos de café. Ele escolhe os grãos mais doces do café, geralmente da espécie arábica. Após o animal defecar, os grãos são coletados, lavados, torrados e moídos, para finalmente estarem prontos para preparar um café de aroma intenso e peculiar.


Civeta ou Luwak
Civeta ou Luwak

Ao visitar o Tunas, tivemos a oportunidade de conhecer o processo de preparação desse café tão especial, além de degustá-lo. Ainda pudemos conhecer o Luwak, principal responsável por essa iguaria. No final ainda passamos na lojinha local, e compramos alguns pacotes para levar pra casa. Nosso passeio pelo Tunas Bali Luwak Coffe foi gratuito e rebemos ainda de cortesia, a degustação de 8 tipos de café (sem incluir café Luwak) e 7 tipos de chá. Pagamos apenas 50 mil rupias por uma xícara de café Luwak e pelo que compramos na loja (475 mil rupias indonésias por 100 gramas de café Luwak).


Tunas Bali Luwak Coffe
Tunas Bali Luwak Coffe

Seguindo nosso roteiro, percorremos 2 quilômetros até o Templo Tirta Gangga, mais um dos belos complexos de templos hindus de Bali. O templo fica localizado nos arredores do pequeno vilarejo de Ababi, e foi contruído em 1946 a mando de I Gusti Bagus Jelantik, último rei do Reino Karangasem de Bali, para servir de palácio de recreação para a família real. Em 1963, durante uma das erupções do Monte Agung, o palácio foi quase que completamente destruído, tendo sido reconstruído posteriormente para servir de templo.


Templo Tirta Gangga
Templo Tirta Gangga

O nome “Tirta Gangga” significa em indonésio “Águas do Ganges”, em homenagem ao conhecido e sagrado rio na Índia. Logo na entrada do templo, um belo laguinho cheio de coloridas carpas. É possível comprar ração para alimentar as carpas (5 mil rupias por um pacotinho), o que faz com que elas se concentrem onde foi jogada a comida, rendendo belas fotos. Caminhando alguns metros dentro do complexo, encontramos várias piscinas alimentadas por nascentes locais, que são usadas pelos locais para se banhar, visto que essas águas são consideradas sagradas. Por fim, estão as antigas residências reais. Nossa visita ao Tirta Gangga levou cerca de uma hora e o ingresso nos custou 90 mil rupias indonésias por pessoa.


Templo Tirta Gangga
Templo Tirta Gangga

Deixamos o templo e voltamos à estrada, dessa vez por cerca de duas horas para percorrermos quase 50 quilômetros e chegar a uma bela cachoeira, a Cachoeira Caverna do Rei (Goa Raja). Fica localizada no vilarejo de Jehem, e para alcançá-la, é necessário percorrer um pequena trilha que termina na bela cachoeira em meio a paredões de pedra, que é claro, rendem belas fotos. O ingresso ao local nos custou 30 mil rupias por pessoa, e ficamos por cerca de uma hora no local.


Cachoeira Caverna do Rei
Cachoeira Caverna do Rei

A última parada do nosso roteiro foi nos Arrozais de Tegallalang (Tegallalang Rice Terrace), já de volta em Ubud.


Arrozais de Tegallalang
Arrozais de Tegallalang

Estes terraços de arroz são um espetáculo à parte, um exemplo incrível de como a natureza e as pessoas podem trabalhar juntas. Foi esse nosso primeiro contato com um dos icônicos arrozais de Bali, que nos fez aprender mais sobre o tradicional sistema de irrigação Subak, trazido a Bali no século IX, e que consiste de desviar a água de rios ou nascentes, formando uma vasta rede de canais. Esse sistema, que é amplamente utilizado na ilha de Bali, foi inscrito em 2012, na lista da UNESCO de patrimônios mundiais, sob o nome de “Paisagem Cultural da Província de Bali: o Sistema Subak como Manifestação da Filosofia Tri Hita Karana”. Gastamos 500 mil rupias no local, que incluíram o acesso de duas pessoas, possibilidade de usar drone no interior e o uso do balanço com vestido longo para fotos para uma pessoa.


Arrozais de Tegallalang
Arrozais de Tegallalang

Os Arrozais de Tegallalang foram nosso último destino em Ubud e arredores, que ouso dizer, foram os locais de que mais gostamos em nossa visita a Bali. Mesmo sem possuir praias, esses locais nos proporcionaram exatamente o que esperávamos de um passeio na Indonésia, muita espiritualidade, cultura, boa culinária, além é claro paisagens de tirar o fôlego. Próxima parada, Ilhas Gili!

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